Internautas reclamam de qualidade do chocolate nesta Páscoa e especialistas explicam que não é impressão. Apesar disso, preço dos ovos de chocolate estão em alta.
A sensação de que o chocolate vendido pela grande indústria no Brasil piorou está na boca do povo e nas redes sociais. A chegada da Páscoa deu novo gás às reclamações de consumidores, que se queixam do sabor e dos preços dos ovos.
Segundo especialistas ouvidas pela BBC News Brasil, a percepção de que o chocolate vendido em larga escala no país hoje "é pura gordura e açúcar" faz sentido e reflete fatores como a qualidade baixa do cacau utilizado e mudanças nas composições dos produtos para reduzir custos ao longo de décadas.
As especialistas ouvidas também alertam que o cenário tem se agravado com a disparada do preço do cacau nos últimos dois anos. O valor da commodity chegou a quadruplicar atingindo o recorde de mais de US$ 10 mil dólares por tonelada, sob impacto de quebras de safra na África Ocidental, maior região produtora do mundo, devido a questões climáticas e pragas.
Um exemplo da ira dos consumidores é o vídeo compartilhado no início de março no Instagram pela conta Nostalgia Pura (@nostalgiapuraaa1) sobre como os ovos de Páscoa seriam melhores e mais baratos em 1995. A postagem acumulou mais 1,3 milhão de visualizações em duas semanas e centenas de comentários reclamando que o produto de hoje não tem mais "chocolate de verdade".
"Nessa época chocolate era chocolate. Agora é só açúcar e gordura com sabor de chocolate ", reclama um deles."Estamos vivendo a era do 'ovo fake' ????. Tem formato de ovo, cheiro de ovo, saco de ovo, mas, quando você abre, o 'ovo é falso'", comentou outra pessoa.Outro alvo de polêmica é o aumento dos produtos "sabor chocolate", que levam menos de 25% de cacau na composição. Reclamações sobre a recente mudança na fórmula do Choco Biscuit, da Bauducco, viralizaram na virada do ano.
O produto, que antes era composto de um biscoito com cobertura de chocolate ao leite ou meio amargo, passou a ser feito com cobertura "sabor chocolate ao leite" ou "sabor chocolate meio amargo".
A mudança do nome indica que a cobertura deixou de ter em sua composição o mínimo de 25% de cacau exigido pela legislação brasileira para um produto ser chamado de chocolate — percentual já baixo para padrões internacionais, segundo especialistas entrevistadas.
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